Nascimento de Gaspard Sève
Dentre as famílias que se relacionam genealogicamente com a família São Marcos, um ramo especial e importante de destaque é o ramo da família Sève. Família francesa que tem em Gaspard Sève sua ligação com o Brasil e com Portugal, assim como em suas gerações subsequentes.
Gaspard Sève era natural de Lyon, França, foi comerciante naquela cidade, e casou com Jacintha Thereza de Oliveira, nascida na freguesia de São João Baptista, Bispado de Lamego, Portugal. Gaspard e Jacintha Thereza foram pais de João Batista Maria Sève (o velho). No livro de Noemia Brandão, entre outras citações tem a de Franklin Seve, cujo título é “Dois expoentes da Família Seve, cujas biografias ainda não foram devidamente feitas”, matéria publicada no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, de 11 de outubro de 1953.
A esse respeito, importante notar que da família Sève destaca-se a figura de Joseph Seve, que, embora ainda não saibamos a ligação com os membros da família Seve que foram para o Recife no final do século XVIII, fica registrado sua proximidade com Gaspar Seve, pois ambos moravam na cidade francesa de Lyon.
A interessante história vivida por Joseph Seve citada na revista ‘Semaine de France’, de 1932; de "O Nilo", de Emil Ludwig, e ainda no citado artigo de Franklin Seve publicado no Jornal do Brasil de 11 de outubro de 1953” conta que:
“Joseph Seve, filho de Joseph Antonio Seve, neto de José Antonio Seve, nasceu a 15 de maio de 1738, a bordo do barco-lavadeira de propriedade de seu pai. Com a idade de 11 anos deixa a cidade de Lyon e se faz grumete em Tou1on na marinha Imperial. Gênio irascível, certo dia, por motivos frívolos, troca palavras ásperas com um dos oficiais da esquadra. É obrigado a fugir, ingressando no 6º Regimento de Hussarda, que acompanhara até a Rússia. Napoleão, que não o perde de vista pela sua bravura o promove a tenente no campo de batalha em Trafalgar. Chega a ajudante de ordens do General Grouchy.”
“Quando o pachá egípcio precisou reorganizar o seu exército, alistou-se sob o comando de Ibrahim, filho de Mahomet Ali, abjurando o catolicismo. Obteve a nomeação de oficial e o nome de Solimão Pachá. Em Nazib é vitorioso dos Turcos. Ao lado de Ibrahim conquista a Síria. Casou-se com a muçulmana Ismael, filha de Ibrahim. Obteve várias vitórias. General em 1838. Foi homenageado com busto em várias cidades. Deram o seu nome a uma rua paralela à Rua Champolion, no Egito. Em Paris há, também, ao lado da Sorbonne, uma artéria com o seu nome.”
“Da união de sua filha com o neto de Mahomet Ali, nasceu Mahomet Iewfik, que reinou em 1879 e muitos anos depois.”
“Constrangido a abdicar, Ismael, genro de Salomão Pachá, ex-Joseph Seve, refugia-se em Nápoles, onde sucumbiu após ingerir algumas botelhas de Champagne.”
“Joseph Seve tornou-se, assim, o ancestral materno do rei Faroux. Faleceu em Lyon em 1860.”
Como mencionado, ainda não sabemos a ligação familiar entre Joseph Seve e Gaspar Seve, sendo os dois da mesma cidade francesa. De acordo com Noemia Brandão, esta “família é oriunda de lavradores de Lhuis, na qual figurava Tomás Boudet, adquirente do Castelo de Crosce”. Em Pernambuco a família está entrelaçada com as famílias Wanderley, Miranda, Leal, Cunha, Peretti, Navarro, Ferreira, Muniz, Oliveira, Samarcos, e outras.
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